por Roque Tadeu Gui
Desculpe! Erramos!
Acontece. Às vezes, no afã de escrever o texto, a gente tropeça. Foi o que ocorreu em minha crônica “Ingrid”.
Lá pelas tantas, faço uma referência à atriz Alicia Vikander, que emprestou voz à Ingrid para a narrativa de sua história. Associei Alicia ao filme Her (2013), quando, na verdade, pretendia me referir a Ex Machina (2015). Lambança geral na citação! Resta colocar ordem na bagunça.
A confusão se explica. Ambos os filmes são excelentes filmes de ficção. A atriz, em Her, é Scarlett Johansson, no qual participa in off apenas com sua voz sedutora. Em Ex Machina, este sim, com Alicia Vikander, a atriz representa uma mulher criada em laboratório e portadora de sofisticada inteligência artificial. Gostei muito de ambos os filmes e em virtude de associações afetivas misturei tudo.
Aliás, Alicia Vikander está também em “A garota dinamarquesa” (The Danish Girl, 2015) e aparece cotada para o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Na crista da onda, a conterrânea de Ingrid!
O lapso inocente cometido pelo cronista talvez possa trazer alguma luz para a reflexão cinéfila. Ao assistir a um filme, nunca vemos apenas o filme. Mercê do fluxo imaginativo, estimulado pela película, cruzamos referências, fundimos imagens, conectamos emoções, transitamos de um filme para outro, sem a completa participação de nossa consciência. Diante de uma obra de arte, o impulso criativo de nossa mente não resiste a criar seu próprio enredo, suas histórias e seus personagens. A imaginação, qual diretor de nossa intimidade, altera roteiros, veste personagens, escala alguns, confere nuances afetivas.
É assim que, da voz de Scarlett se faz a voz de Alicia e desta a de Ingrid. Tudo envolto pelo fascínio do mundo feminino exposto em Her, Ex Machina e Jag är Ingrid. Sim, este último é o título, em sueco, do Eu sou Ingrid Bergman.
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